A Pedagogia e Educação Sistêmica é uma nova abordagem que tem como objetivo colaborar de forma efetiva nos relacionamentos e nas dinâmicas entre pais, alunos e professores. Através de posturas e atitudes sistêmicas é possível obter maior harmonia entre esse grupo, possibilitando uma qualidade melhor na convivência entre eles.
Essa abordagem esta estruturada em duas linhas de raciocínio: o Pensamento Sistêmico e o Construtivismo. A Pedagogia e Educação Sistêmica aborda princípios como pertencimento, ordem e equilíbrio entre dar e receber. Já o construtivismo elabora possibilidades para a utilização de recursos que fortalecem aspectos positivos dos alunos. Recursos são forças que trazem sensação de integração e dignidade. Outro aspecto do construtivismo trata da responsabilidade das ações (direitos e deveres) e de como o futuro é construído. A Pedagogia e Educação Sistêmica trabalha com perguntas circulares para as questões que surgem entre os pais, alunos e professores fazendo com que a pergunta seja direcionada para quem determinada ação esta a serviço e não no porque a ação foi feita. Assim outros contextos são trazidos para a solução de problemas de forma que quem executou a ação tenha mais possibilidades de compreender seus próprios impulsos e desta forma modificá-los. A melhor compreensão possibilita dar consciência para ao assunto. Esses são apenas alguns aspectos que podemos utilizar nessa abordagem.
A Pedagogia e Educação Sistêmica demonstra a importância do principio do pertencimento que expressa a necessidade de fazermos parte do grupo familiar. Essa necessidade vem da memória de que em grupo temos mais chance de sobreviver aos desafios da vida. Rupert Sheldrake, biólogo inglês, explica que essa memória vem dos mamíferos que atuando em bando conseguem melhorar a defesa da prole e a busca por alimento com maior possibilidade de sucesso do que individualmente. Assim, explica ele, temos a necessidade de fazer parte do bando por instinto. Fazer “parte do bando” dentro da família pode significar ter que seguir os valores e critérios da mesma, ou seja o que é certo e errado para aquele grupo familiar. Dessa forma, para não ser excluído, um membro da família pode seguir os passos da mesma como se estivesse seguindo uma força, de uma forma inconsciente.
Assim um aluno vem para a escola carregando uma mochila cheia de historias de seu grupo familiar, que estará sentando ao lado de outro aluno que também carrega sua historia e será liderado por uma professora(o) que também tem sua historia familiar. Assim cada um deles precisará defender a sua historia para poder pertencer e se sentir incluído.
Quando damos lugar para esses conteúdos e necessidades sistêmicas através de posturas e atitudes propostas pela Pedagogia e Educação Sistêmica elas não precisam ser expressas de uma forma competitiva, ou seja, o meu certo é melhor que o seu certo, o meu jeito é melhor que o seu jeito. Esses conteúdos e necessidades sistêmicas só precisam ter um lugar sem há necessidade de ser um vencedor. Assim podemos conviver cada um com o seu “pacote” diminuindo a necessidade de se impor perante o outro.
O objetivo desse processo é que quando eu posso conviver, sem ter que estar em estado de alerta, ou seja, sem ter que impor o meu certo e errado no grupo, a minha condição emocional em sala de aula melhora e a minha capacidade de absorver conhecimento aumenta.
Através de posturas e atitudes sistêmicas podemos “fortalecer as forças” e “enfraquecer as dificuldades”. Quando temos a sensação de empoderamento podemos suportar o empoderamento do outro e assim construímos um grupo mais capacitado.
Pedagogia e Educação Sistêmica colabora no acompanhamento do desenvolvimento de um grupo na escola para que a capacidade de absorver conhecimento seja elevada.
Glaucia Paiva Santucci edita uma revista sobre o tema, é co-fundadora do Espaço Conexão Sistêmica e trabalha com o pensamento sistêmico de forma terapêutica e Educacional.