Desafios da Educação no Século XXI – Ana Luiza de Sá Magalhães

Desafios da Educação no Século XXI – Ana Luiza de Sá Magalhães

Desafios da Educação no Século XXI

Nas duas últimas décadas do século XX, o cenário mundial sofreu significativas transformações tecnológicas, organizacionais, geopolíticas, informacionais, educacionais, financeiras, institucionais, culturais e sociais, em função da nova ordem mundial que esta inter-relacionada com a Revolução da informação e do conhecimento (LASTRES, 1999). Como consequência dessa Revolução, as tecnologias da informação e comunicação (TICs), passaram a ser vistas como uma forma de investimento de capital social em todas as áreas do conhecimento, que visualiza a informação como recurso produtivo, utilizado para aumentar o conhecimento das pessoas.

Assim, considerando que a informação é o ingrediente principal na educação, torna-se essencial o uso de redes de alta velocidade, com fibras ópticas ou conexões via satélite, para acessar rapidamente as grandes bibliotecas eletrônicas expansíveis que se constituem base de dados para uma potencial revolução no aprendizado e na Gestão Educacional.

A aplicação do conhecimento está relacionada às novas necessidades das organizações no atual mercado global, onde o valor dos recursos humanos é multiplicado em relação ao seu grau de conhecimento, onde esse dispõe de um papel ativo que possibilita a sua valorização pessoal e profissional perante a organização em que atua.

Segundo Gadotti (2000), o conhecimento tem presença garantida em qualquer projeção que se faça do futuro. Por isso há um consenso que o desenvolvimento de um país está condicionado à qualidade de sua educação.

Sob essa ótica é importante ressaltar que a sociedade do século XXI e em especial a Brasileira, busca uma educação que vise formar para a autonomia devendo fomentar nos educandos “a curiosidade e a criticidade”; considerando que um educador que busca despertar esses aspectos em seus educandos, não pode basear-se apenas na memorização mecânica (FREIRE, 2002).

O educador do século XXI, figura expressiva nesse contexto, deve contribuir para a formação de um indivíduo responsável, independente e cidadão, devendo está atento a realidade atual, onde o aluno recebe informação a todo instante, devido às facilidades proporcionadas pelas novas tecnologias da informação e comunicação (GADOTTI, 2000).

Por sua vez as tecnologias são importantes, mas apenas se soubermos utilizá-las. E saber utilizá-las não é apenas um problema técnico, mas também educacional, pois o uso de tecnologias sem a educação, conhecimentos e sabedoria que permitam organizar o seu real aproveitamento, levam-nos apenas a fazer mais rápido e em maior escala os mesmos erros (DOWBOR, 2001).

Portanto, ensinar, trocar informações e colaborar na construção de conhecimentos, é algo profundo e dinâmico onde a questão identidade cultural que atinge a dimensão individual e a classe dos educandos, é essencial à “prática educativa progressista”. Assim, torna-se imprescindível “solidariedade social e política para se evitar um ensino elitista e autoritário como quem tem o exclusivo do “saber articulado” (FREIRE, 2000).

Sob esse aspecto, Gadotti (2000) ressalta que:

“Educar para um outro mundo possível é fazer educação, tanto formal, quanto não-formal um espação de formação crítica e não apenas de formação de mão-de-obra para o mercado; é inventar novos espação de formação alternativos ao sistema formal de educação e negar a sua forma hierarquizada duma estrutura de mando e subordinação; é educar para articular as diferentes rebeldias que negam hoje as relações sociais capitalistas; é educar para mudar radicalmente nossa maneira de produzir nossa existência no planeta, portanto, uma educação para a sustentabilidade”.

Ou seja, é necessário que a educação, e os sistemas de gestão do conhecimento que se desenvolvem em torno dela, aprendam a utilizar as novas tecnologias para transformar a educação, na mesma proporção em que estas tecnologias estão transformando o mundo que nos cerca. A transformação é de forma e de conteúdo. Pois a educação não é uma área em si, mas um processo permanente de construção de pontes entre o mundo da escola e universo que nos cerca, o que reforça que a visão de todos os envolvidos, tem de incluir e conviver com estas transformações (DOWBOR, 2001).

Com base nessa reflexão, entendemos que o educador do século XXI tem um grande desafio a ser enfrentado que é estimular os jovens para a aprendizagem, jovem que vive na era digital e que na realidade escolar enfrenta aulas monótonas e sem atrativos. Desse modo não basta apenas estimular o educando, mas é necessário também, que o professor busque maneiras de atualização, proporcionando aulas com novos conteúdos que desafiem os alunos. Enfim, a Gestão da Educação é o desafio que se apresenta para os professores do futuro.

Ana Luiza de Sá Magalhães, é bibliotecária, especialista em Ciência da Informação, Gestão do Arquivo e Informática na Saúde e Mestranda em Ciência da Educação pela Universidade Del Mar do Chile.

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